quarta-feira, janeiro 27, 2021

DIÁRIO DA PANDEMIA

(Lisboa) Parece que está tudo parado mas não se deixem iludir por isso. Está muita coisa a acontecer neste momento, muita coisa mesmo. Não é possível escolher acompanhar todos os temas, apenas alguns. Um dos temas que tenho acompanhado é a evolução da covid-19 no Brasil. Com um presidente claramente a não ajudar, no caso brasileiro, os números já são piores em Portugal no número de mortos por milhão de habitantes do que no lado de lá do Atlântico. No caso deste indicador, já não voltam para trás. Piorou muito nos últimos dois a três meses, parece que os portugueses desistiram. A comparação com o Brasil não é para encontrar o melhor nem muito menos o pior. O Brasil tratou sempre a covid-19 com ambiguidade, com o Presidente e os seus fieis a remar contra a corrente médica e científica. Teve um crescimento mais ou menos constante ao longo do tempo. No caso português parece mesmo que desistimos lá para o início de novembro, desistimos de lutar. Não sei se foi o Natal, ou o fim de ano, ou a esperança da vacina, o cansaço acumulado ou o somatório de várias partes disto tudo. Os dados para a construção dos gráficos são da DGS e do Ministério da Saúde do Brasil.

ÓBITOS POR MILHÃO - BRASIL - PORTUGAL

Não é difícil justificar a falta de empenho do Governo Federal no Brasil (1) (2). Desde o início, foi a gripezinha e a recomendação dos tratamentos com métodos comprovadamente ineficazes. Lembram-se do quem toma cloroquina é de direita e quem toma tubaína é de esquerda (4)? A paródia continuou com a ridicularização da vacina (3), quem a tomar poderia transformar-se num réptil. Uma realidade que era impressionante para mim, espectador deste lado. Faltou referir a total insensibilidade para com as vítimas. Faltou referir outros espectáculos que todos vimos de afronta ao poder democrático.

Aproveito a minha viagem ao outro lado do oceano para dar uma vista de olhos ao que se vai passando na Madeira. A Madeira também não está parada embora as pessoas sejam aconselhadas e estar em casa. Na sequência das Presidenciais o Chega pode substituir o CDS, já nas próximas eleições regionais, eu digo substituir porque se uns crescem alguém vai ter de descer, em percentagem (5). Este pedir respeito ao Chega, por parte de Albuquerque, significa se tiver de ser para o PSD manter o poder que mantém há mais de 40 anos que seja. Vale tudo para somar 24 deputados. Sobre a Pandemia, na página https://covidmadeira.pt/dashboard/ o gráfico está desactualizado desde 4 de janeiro.

COVID-19 - MADEIRA


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