sábado, novembro 08, 2025

CARACAS

Airbus A330-941 - CS-TUG - LPPT

(Lisboa) Dizem que são precisos sete anos para se fazer uma amizade. Outras fontes garantem que bastam duzentas horas de “tempo de qualidade”, seja lá o que isso for, para se chegar a essa categoria muito especial. Coisas que se lê por aí, sem grande rigor científico, mas é sempre bom dar um ar de quem estudou o assunto a fundo.

A isto eu respondo, há pessoas que eu conheço há sete anos ou mais que preferia não ter conhecido e outras que conheci há pouco e que gostaria que um dia passassem o exame duro e rigoroso que a categoria de amigo exige.

O que eu sei é que, dentro de um avião, sentado durante muitas horas, há sempre um amigo do assento do lado. Conta-se ou ouve-se o que só os amigos mais próximos sabem, o avião é um confessionário pressurizado a 33 mil pés, sem testemunhas, sem julgamentos, nem consequências, só troca de experiências. Somos uma espécie de companheiros de cela, a vida, injusta ou não, juntou-nos neste espaço escasso.

E, quando o piloto anuncia “tripulação, portas em posição disarmed”, o que significa que já se podem abrir as portas sem que seja disparado um escorrega de festa de aniversário cheio de ar amarelo, esse amigo evapora-se. Nunca mais o vemos, nem sequer nos lembramos bem da cara. Fica apenas a lembrança de ter partilhado aqueles momentos, o espaço e, talvez, um cartão de visita que irá ser perdido nas próximas horas ou servir de marcador de livro de ocasião.

Agora lembrei-me de um deles: uma professora primária natural da Venezuela, ponto importante, também gosta de correr, toda fit. Contava ela que gostava de ensinar, das crianças, mas fartou-se de giz e reuniões pedagógicas aborrecidas mas sobretudo de contar dinheiro todos os meses. Agora é gestora de hotéis nos arredores de Londres. Nada a ver com educação, mas ganha muito melhor e isso não nos faz mais felizes necessariamente mas dá-nos mais opções de vida, não a critico, também é importante.

A senhora era de Caracas, é precisamente para lá que segue o avião da imagem de hoje, a capital da Venezuela. Fotografado de Figo Maduro que para efeitos práticos é o Aeroporto de Lisboa, este é o Airbus A330-900neo de matrícula CS-TUG e nome Pedro Álvares Cabral. Boa viagem Pedro Álvares Cabral.

Airbus A330-941 - CS-TUG - LPPT


sábado, novembro 01, 2025

LATAM

LPPT - LATAM - BOEING 777 ER

(Lisboa) O PT-MUG, Boeing 777-300ER da LATAM, deixou Lisboa esta manhã como um artista. A pista molhada serviu-lhe de palco e o spray de água transformou-se em fumo de espetáculo, com os dois motores a berrar na força máxima. Se os motores tivessem consciência estariam provavelmente a pensar: “olhem bem para mim”. Partiu para São Paulo depois do clear for takeoff. Eu estava sozinho a assistir a este espetáculo, será que os outros spotters tiveram medo da chuva que cai por estes dias nesta cidade? Senti os aplausos. Obrigado pelo momento. Isto é que se chama sair com estilo: usar quase toda a pista e despedir-se assim, em grande, como só os gigantes sabem fazer.

domingo, outubro 19, 2025

LPMA

LPMA - TAP - A320 - CS-TNJ

(Lisboa) A pista 05 do Aeroporto da Madeira (LPMA), onde já aterrei muitas vezes, e de onde descolei todas essas vezes mais uma. Porque por cada partida aguarda sempre um regresso, a viagem só se completa quando volto ao ponto de onde parti. Cada descolagem é um número ímpar, cada regresso um movimento par, é como a fase e o neutro de uma instalação elétrica, a corrente circula quando neutro e fase se encontram.

Do lado de Santa Cruz ou de Machico, já passei por ali a rir, a chorar, triste e alegre, com muitas emoções misturadas, cada emoção um ingrediente de um ovo mexido que eu sou. Cada voo traz o turbilhão de sentimentos que acompanha cada partida, cada regresso.

Em Lisboa, e em todos os outros sítios, é ao contrário: o ciclo só se fecha quando vou embora, a corrente só circula quando o interruptor se fecha.

Mas eu gosto do par e do ímpar, e gosto de encontrar estes padrões sem significado, ou com o significado que cada um de nós quiser dar, que em cada momento pode ser diferente. As viagens são únicas por causa disso: em cada movimento um circuito se fecha, do lado de cá ou do lado de lá, provocando movimentos de carga entre as fases e os neutros da vida. Porque a nossa vida é corrente alterna, é frequência, é ir e voltar de um sítio qualquer para outro sítio qualquer, por terra, por água ou por ar.

Na imagem ou na sequência de imagens, que hoje é um GIF, quem fecha o circuito é ele, o CS-TNJ, Florbela Espanca, Airbus A320 da TAP, desta vez, descola não da pista 05, mas da pista 23, em sentido contrário. Protagonista silencioso de tantas partidas e regressos, regressos que são partidas no assento do lado e partidas que são regressos no assento da frente, mesmo parados estamos sempre em sentidos contrários. Um voo, tantos sentidos de vidas.

sábado, outubro 11, 2025

SPOTTING


(Lisboa) Três ou quatro spotters, lado a lado, cada um com a sua teleobjetiva apontada para o mesmo alvo, invisível desta perspectiva. Há mais, dispersos pela colina e ao longo da vedação, é o seu ecossistema natural. Esta é também a nossa igreja, com missa ao ar livre mas sem homilia aborrecida. Os aviões são os nossos deuses, desculpem-me os crentes, mas com muito respeito, sempre. É isto que nos une, pelo menos nestes momentos, pessoas tão diferentes, vindas de mundos distantes, que se encontram sempre nos mesmos sítios, guiadas apenas pelo som dos motores e pelo cheiro a gasolina de avião, uma espécie de incenso relaxante.

Há quem venha com câmaras topo de gama, objetivas que custam o equivalente a um carro usado e há quem esteja ali com um simples telemóvel. Simples é maneira de dizer, porque hoje um telemóvel faz mais do que os computadores da NASA faziam, quando mandou as missões à Lua, mas não interessa o equipamento, o que interessa é a paixão. Essa sim, é autêntica, intensa e irracional, afinal de contas é uma paixão.

Durante aqueles minutos de disparos, todos respiramos ao mesmo ritmo, olhos colados aos pássaros de metal. É uma paixão que se consome rápido, mais rápida que um romance num concerto dos Coldplay: intensa, breve, sem promessas para o futuro. Depois, cada um vai à sua vida, edita as suas fotos, publica ou não, e nada disto aconteceu, fica um segredo só nosso, ninguém precisa de saber.

domingo, setembro 21, 2025

CS-TOG - BARTOLOMEU DE GUSMÃO

CS-TOG - LPMA - A330-200 - TAP

(Lisboa) O tempo em setembro, em Lisboa, é sempre tão rigoroso. As temperaturas caem como se estivéssemos em pleno inverno siberiano, o vento sopra com a força de um tufão em Macau, os pés não me conseguem segurar, e a chuva não cai: agride. Sair de casa com um guarda-chuva transforma-nos em Mary Poppins.

Nestas condições extremas, só um aventureiro inconsciente ousaria caminhar pelas ruas. Eu não, limitado como estou, sinto-me quase como quem caminha de canadianas por uma rua inclinada e escorregadia com os pés a implorar por descanso.

Por isso, não restou alternativa: fiquei dentro de casa. E, em vez de captar o presente, maltratado por este humor meteorológico, mergulhei nos meus arquivos fotográficos. Imagens guardadas, memórias cristalizadas em pixels, que agora ganham nova vida enquanto lá fora Lisboa se disfarça de Reykjavik em janeiro.

Spotting também se faz disto, de viajar para trás até ao passado, de redescobrir nos arquivos aquilo que o mau tempo, real ou inventado, não deixa ver no presente.

Na imagem o Bartolomeu de Gusmão inventor da Passarola, CS-TOG, é um Airbus A330-200 da TAP, já reformado, a aterrar na Madeira, na pista 05, no ano de 2014. Imagem captada em Gaula. Uma fotografia antes ou depois desta foi usada como capa de YOUTUBE de um conhecido programa de rádio e quem não gosta de ver o seu trabalho reconhecido? Nesta altura, em 2014, ainda não havia muita gente de volta dos aeroportos a fotografar ou a filmar em direto para o mundo.

Há uns dias perguntei ao ChatGPT se o Aeroporto da Madeira tinha ILS, ele respondeu que sim. Como se pode ver na imagem não tem, e eu já expliquei ao próprio porquê. Não mudou de 2014 para cá.

domingo, setembro 07, 2025

PÊRO DA COVILHÃ

CS-TXC - LPPT - Airbus A321-251NX(LR)

(Lisboa) O Pêro da Covinhã, um Airbus A321, Airbus A321-251NX(LR), em Lisboa, LPPT. O LR, se forem à procura, quer dizer long range e o X é qualquer coisa como um extra long range. É como aqueles pacotes de sumo com mais 20% grátis mas aqui o extra paga-se. É uma forma resumida do fabricante transmitir que este avião está preparado para percursos mais longos.

Enquanto eu apontava a teleobjetiva, outro spotter aproximou-se de mim e perguntou: Então, também está à espera do Emirates? Respondi com um sorriso de superioridade daqueles que se tem depois dos jogos do FC Porto: não estou à espera do Emirates, eu gosto mesmo é dos aviões da TAP, acho-os sexy.

Isto da TAP já é um amor antigo. Quando a minha irmã mais velha foi estudar para Lisboa doeu como poucas coisas doem. Depois foi a Lena, uns anos depois, a segunda irmã, a segunda partida já me afetou menos, eu já era maior e, confesso, ia ficar com a casa toda para mim. Espaços maiores são melhores para curar depressões, tenho a certeza que existe um estudo que apoia a minha teoria.

No final dos 80s e início dos 90s os aviões chegavam com um barulho ensurdecedor eram mais brutos do que são hoje. Na varanda de LPMA, mãos nos ouvidos, mas não conseguia deixar de olhar. Havia ali uma energia estranha, partidas e chegadas que se misturava com as dores e alegrias da vida. O barulho era o som da distância, das despedidas, dos regressos, do mundo que se abria cada vez mais.

Ainda assim, ir ao aeroporto para me despedir delas ou para as reencontrar era místico. Mais intenso do que todas as manhãs de oração nos Salesianos. Naquelas orações, quando cantava “a minha meta é Cristo, o meu troféu és Tu, meu Senhor”, a voz saía da boca como um som mecânico. Cantava para ir para o céu mas pensava era nas miúdas do basquete… ou na professora de matemática, enquanto o Sr. Padre Giovanni, com o seu sotaque italiano, pedia um pequenino esforço para irmos um pouco mais além e alcançarmos os nossos objetivos. Pela professora de matemática até deixei cair a nota para 57. Depois recuperei, no teste seguinte, para noventa e tal, só para ouvir a sua voz dizer: que bela recuperação, gostei muito, tenho a certeza que o 57 foi um acidente de percurso. Respondi-lhe que tinha sido apenas um ponto fora da curva. A matemática sempre se encaixa na vida real.

É por isso que continuo a olhar para os aviões com fascínio e emoção, não são só máquinas que ligam aeroportos, são cenários de despedidas, reencontros e histórias que, mesmo sem sabermos, nos mudam para sempre.

domingo, agosto 10, 2025

A321

CS-TXC,TAP Air Portugal, A321neo XLR, D-AIDT, Eurowings, A321-231, LPPT

(Lisboa) A objetiva registou no Aeroporto Humberto Delgado (LPPT) um encontro interessante entre dois Airbus A321.

O CS-TXC, da TAP Air Portugal, é um A321neo XLR, batizado com o nome de Pêro da Covilhã. Representa a mais recente evolução da família A321, com alcance estendido que permite voos transatlânticos diretos e maior eficiência de combustível.

Ao seu lado, o D-AIDT, da Eurowings, um A321-231, integra uma geração anterior, concebida para voos de médio curso.

CS-TXC,TAP Air Portugal, A321neo XLR, D-AIDT, Eurowings, A321-231, LPPT

domingo, julho 27, 2025

E AGORA VOU-ME EMBORA PARA ANGOLA...

Boeing 777-300ER - D2-TEJ - Aeroporto de Lisboa - LPPT

(Lisboa) Nos anos 80 do século passado ouvia muito um disco de vinil: a história do macaco com o rabo cortado. Lá em casa tínhamos um velho gira-discos, sem tampa, já com sinais do tempo. Era sempre o meu pai que colocava os discos, com um cuidado preciso, quase solene, como se fosse uma operação técnica delicada.

Esse disco, em particular, tinha duas histórias. De um lado, a do macaco do rabo cortado, do outro, a clássica história da Carochinha. Não sei qual o lado que ouvia mais. A história do macaco era repetitiva, absurda e divertida, cheia de personagens parecidas com alguma coisa que já tinha encontrado mas improváveis, perfeita para a mente de uma criança. Mas o que nunca esqueci foi o final da história quando o macaco cantava: “E agora, vou-me embora para Angola.”

A fotografia que acompanha este texto mostra o Boeing 777-300ER, matrícula D2-TEJ, registada no Aeroporto de Lisboa, Aeroporto Humberto Delgado. É um avião de longo curso, com um raio de ação de 14 316 km, e chama-se “Iona”, uma referência ao Parque Nacional do Iona, no sul de Angola, na província do Namibe, uma das maiores áreas protegidas do país.

Ao ver este Boeing da TAAG, quase que oiço outra vez a voz do macaco a dizer “E agora, vou-me embora para Angola.” Só que desta vez, não é o macaco, é o avião.

Boeing 777-300ER - D2-TEJ - Aeroporto de Lisboa - LPPT



domingo, julho 13, 2025

A321 NEO


(Lisboa) Hoje publico pela primeira vez aqui no blogue uma foto de um Airbus A321neo long range da TAP Air Portugal, é o CS-TXJ, batizado com o nome Bartolomeu de Gusmão, uma das figuras mais curiosas da história da ciência e da aviação, conhecido por idealizar a “Passarola”, uma das primeiras propostas de voo mais leve que o ar.

A TAP utiliza os seus A321neo em rotas de médio e longo curso, sendo esta uma das vantagens deste modelo: autonomia suficiente para cruzar o Atlântico, para voos como Lisboa–Toronto ou Lisboa–Belém, usado também em rotas europeias.

O CS-TXJ entrou na frota da TAP em abril de 2022, de acordo com o sítio airfleets.net. Nesta imagem preparava-se para aterrar no Aeroporto Humberto Delgado.

sábado, julho 05, 2025

CADERNETA DE CROMOS

Airbus A300 - MSN 770 - D-AZML

(Lisboa) Há ideias que nascem de perguntas simples. Esta surgiu-me depois de algumas sessões de spotting, daquelas em que o céu se transforma num palco de surpresas. Gosto de saber o que vem mas às vezes, muitas vezes, gosto da surpresa. Ver surgir vindo não sei de onde um A320 com pintura de décadas antigas, um 737 com uma cauda invulgar com a figura de um pintor ou um artista conhecido, um Embraer com nome da minha terra. Todos diferentes, todos únicos. Os aviões são mesmo todos diferentes. E então pensei: e se existisse um álbum de cromos com aviões? Na verdade eu não sei se existe, se calhar existe. Nunca vi essas cadernetas a serem distribuídas à porta da escola dos meus filhos, ou expostas no supermercado. Uma caderneta onde estivessem, por exemplo, todos os aviões da TAP, os novos, os antigos, todos, desde o arranque da companhia, há dezenas de anos atrás. Estarão esses aviões todos fotografados? Mesmo os mais antigos?

A aviação não é feita de repetições. Por muito que vejamos o mesmo avião todos os dias, há sempre um detalhe que o distingue, a matrícula que também muda se mudar de dono, o nome, o esquema de pintura, a companhia, a história por trás, os seus últimos destinos, para onde vai a seguir. Uns são estrelas internacionais, outros figuras quase anónimas a cruzar o céu. Mas todos têm direito ao seu lugar na coleção.
 
Lembro-me mais ou menos bem de uma coleção que fiz nos anos 80. A caderneta tinha o nome de “Maravilhas do Mundo Automóvel”. Tinha um Ferrari vermelho na capa, uma marca que nem todos podem ambicionar ter mas isto de ter e poder ter é tudo muito relativo, há quem tenha sem poder ter e há quem possa e não queira ter. Cada pacotinho de cromos custava 25 escudos na altura e trazia quatro ou cinco cromos, brilhantes, de carros de todos os tipos. A caderneta estava dividida por categorias e a meio do livro, como uma surpresa especial, vinham páginas com alguns circuitos de corridas: Estoril (em Portugal), Interlagos (no Brasil), Monza (na Itália), Spa-Francorchamps (na Bélgica), Nürburgring (na Alemanha), Indianapolis (esta última não era da Fórmula 1, mas aparecia, talvez pelo fascínio da oval americana).

Foi a minha primeira coleção a sério. E como em todas as coleções, havia sempre os repetidos que se vão acumulando. Fiquei com uma caixa cheia de cromos que nunca consegui trocar. Nem sequer sei se alguma vez consegui trocar algum, não me lembro, acho que nenhum colega meu fazia coleção, aquela coleção. Lembro-me até de alguns números que vinham vezes sem conta. Era quase frustrante, ter muitos de uns e nada de outros, mas ao mesmo tempo fazia parte do jogo. A magia estava lá: abrir o pacotinho, a expectativa de encontrar o que ainda não tinha, a alegria de colar um novo cromo no lugar certo.

A minha mãe, que me dava o dinheiro para comprar esses pacotes, achava aquilo um desperdício, nunca me disse isso mas eu sabia que ela achava isso. Nunca percebeu muito bem o fascínio. E eu também não sabia explicar. Só sabia que aquilo me fazia feliz, preencher a caderneta, ambicionar pelos que faltam que ficavam cada dia mais valiosos.

Hoje, quando compro cromos para os meus filhos, sejam de futebol, ou de outro tema percebo tudo. Percebo que não é só colar autocolantes. É criar memórias. É aprender nomes, geografia, histórias. É fazer parte de algo maior. E sim, é uma lição de persistência, de troca, de frustração e recompensa.

Na altura não havia redes sociais, nem grupos de trocas no Facebook como há agora. Muito mais fácil completar as coleções hoje em dia do que no final dos anos 80 do século XX. Trocar cromos era uma arte presencial, quase tribal. Acontecia no recreio da escola, com os colegas, e pouco mais. O que se conseguia, conseguia-se ali. E talvez por isso, cada cromo colado tinha valor.
 
O Avião de hoje, da DHL, tem quase trinta anos. É um Airbus A300, MSN 770, de matrícula D-AZML. Presta homenagem à Capital Europeia da Cultura 2025, Chemnitz. Estava a aterrar em Lisboa.
 
Referências: