domingo, abril 07, 2024

KURT COBAIN

(Lisboa) Esta semana fez 30 anos que Kurt Cobain morreu. A música dos Nirvana chegava-me pela rádio e pela MTV que recentemente tinha aparecido, para minha satisfação e da minha irmã, num dos satélites que sintonizava com a pequena parabólica de 1,2 metros no centro do Funchal, apontada para os 13 graus este, ocupado pelo satélite Eutelsat.

Nos Salesianos, um colega meu de turma, como consequência dessa morte, vestiu-se de preto para fazer o luto. Levou a normal conversa e interação na sala de aula que a professora de português descobrisse a razão de um tão jovem rapaz andar todo de preto. A professora ficou surpreendida e um pouco chocada com a manifestação e isso prolongou a discussão de generalidades que normalmente ocupa a parte inicial das aulas. Recordo que na altura não tínhamos Internet massificada, as coisas sabiam-se pelos jornais que saiam numa base diária, pela rádio nos noticiários e programas especializados e pela televisão. Não havia tantos canais temáticos como há hoje. Especializado em música havia a MTV, VH1 e VIVA mas a MTV era o que atingia maior audiência. O fluxo de informação era muito pouco dinâmico e muito concentrado. Em 1994 talvez alguém pudesse dizer a mesma coisa de 30 anos antes em que não havia Cabo TV Madeirense nem televisão por satélite na Madeira. Hoje em dia o que era consumido em muitos dias e aos poucos há três décadas atrás, é vomitado logo na nuvem. No início de 1994 ainda não havia RTP1 nem RTP2 na Madeira. No início de 1994 a RTP Madeira abria às dez da manhã e fechava pouco depois da meia noite. Os conhecimentos nos dias que correm são colocados e repetidos e replicados em montes de locais. É difícil lidar com este excesso de conteúdo que requer pensamento crítico, por vezes é mesmo necessário desligar.

Referências:

(1) - Diário de Notícias da Madeira (edição de 15 de março de 1994).