terça-feira, dezembro 22, 2020

A VIDA CONTINUA

(Funchal) Quando passava na Estrada Monumental pela descida para o Gorgulho, de manhã, a paragem dos autocarros de turismo vermelho e amarelo que circulam pela cidade estava sempre muito movimentada. Sentia a inspiração dos gases quentes da combustão dos pesados. Agora, e já passei lá várias vezes, nada. Nada de autocarros e nada de passageiros. Já encontrei um autocarro de dois andares vermelho algures pela cidade. Não há turistas praticamente a circular nessa estrada. Não é preciso ter cuidado com as entradas para os hotéis, não há carros a sair, não há carros a chegar. O mesmo na Ponte do Ribeiro Seco, na Rua Carvalho Araújo, na Avenida Sá Carneiro e na Avenida do Mar. Não há, eles não estão cá, nem devem estar noutro lado a passear, não saíram das suas cidades nem dos seus países. A zona mais turística da cidade sempre foi, para mim, entre a descida para o Lido e a descida para o Clube Naval do Funchal. Foi aí que vi pela primeira vez alguém sentado no chão a pedir esmola. Nesta parte da cidade nunca tinha visto. À noite há hotéis que estão às escuras mostrando talvez que estejam fechados. 

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