sexta-feira, outubro 29, 2010

AEROPORTOS II

(Aeroporto de Madrid) O que menos gosto nos aeroportos é o controlo de polícia. Eu e os terroristas, mas por diferentes razões. É necessário tirar tudo dos bolsos e o relógio também. É necessário tirar o cinto. Se levo líquidos tenho de os apresentar num saquinho transparente. O computador tem de passar sozinho, numa caixa e sem bolsa protetora, numa caixa. Eles fazem sempre a pergunta se levamos líquidos ou objetos cortantes. É uma  via sacra que não tem piada nenhuma. Por vezes a máquina apita, e não levamos nada nos bolsos nem temos cinto, outras vezes não apita e pensávamos que ia apitar. Estranho. E porque não posso ser revistado pela polícia loura? Tem sempre de ser o polícia bombado a passar as mãos pelo meu corpo, não acho piada nenhuma a isto.


As lojas de lembranças são muito agradáveis de visitar. Na verdade procuro alguma coisa que me surpreenda mas não encontro. As lojas de lembranças são todas iguais, têm todas as mesmas coisas, ao mesmo preço, aqui, em Lisboa, em Frankfurt, em Helsínquia. Não sou só eu que digo. O mundo está a ficar chato. Tudo tende para um equilíbrio e o equilíbrio nestas coisas é vender o que toda a gente gosta ao mesmo preço por que assim não há vantagem em comprar nesta ou naquela loja, pode-se comprar em qualquer lado, é igual.

O que se pode fazer depois de passar o controlo de polícia se não visitar as lojas do aeroporto? Não há mais nada para fazer por aqui. Ou isso, ou ligar o computador para ver as notícias lá na minha terra. Isso até um cromo qualquer a cheirar a sovaco sentar-se ao meu lado. Eu confesso eu também já cheirei a sovaco, foi quando esqueci-me do desodorizante e não tive pachorra de ir comprar outro. Mas isso foi um caso pontual, não aparece quando se faz a média mas este tipo aqui ao lado é passa dos limites.

Neste momento em que vos escrevo montanhas de pessoas passam de um lado para o outro. Devem ter mudado a porta de algum voo. Não tem nada a ver mas continuo sem ver o A380 ao vivo mas acabo de ver a pizza do malcheiroso e é mesmo dele que vem este cheiro nauseabundo porque ficou mais forte quando ele levantou a asa. Isto é como ficar em frente de uma antena. Agora vou dizer que ele fala árabe e toda a gente vai gerar um preconceito na sua cabeça. Pois façam-no porque também é muito chato ser politicamente correto cem por cento do tempo.

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