domingo, março 01, 2009

SOBRE O CONGRESSO DO PS OU TALVEZ NÃO

(Lisboa) Não tenho escrito nada sobre o PS nem sobre o Primeiro Ministro nestes últimos tempos, embora toda a gente goste de dar a sua opinião sobre o caso Freeport, ou sobre problemas muito mais graves que o caso Freeport: como é o caso do desemprego em Portugal.

Quanto mais se fala de Sócrates mais me apetece votar nele. O que se passa com aqueles que o querem atacar não passa por uma divergência de ideias ou de opiniões. O que verdadeiramente se passa é um enxovalho de comadres que não faz sentido nenhum dar ouvidos.

Há outra coisa que me irrita profundamente nestes politiquinhos que temos na Madeira e um pouco por todo o país: é que se acham donos dos lugares que ocupam e não permitem que os lugares que ocupam sejam ameaçados, talvez por que não encontrem mais nada para fazer na vida, para além daquilo que já fazem. Mas acreditem, a mudança acaba por não custar assim tanto.

Os partidos acabam por ser mais uns clubes de futebol em que as pessoas apostam as suas fichas todos os fins de semana. Discutem a vida do país como discutem futebol. Eu sou do Benfica, ou do Sporting ou do FCP e se o interlocutor não for do mesmo clube vou atacá-lo até à exaustão, inclusivamente recorrendo à humilhação pública que é um exercício muito praticado na Madeira. Que raio de gente é esta!? Partidos não são clubes de futebol. Acho eu.

Muitas das questões discutidas pelos políticos profissionais não passam de opções que têm de ser tomadas para atingir determinado objectivo colectivo. Sendo assim, não percebo porque uma pessoa por ser do partido A ou B tem de ser adepto por exemplo do Aeroporto de Lisboa ou do TGV ou de outra coisa qualquer, ou ser contra pelas mesmas razões.

Muito mais que discutir partidos, as energias deveriam ser aplicadas em discutir ideias e projectos para as comunidades locais e nacionais. Mas isso não acontece. Se me dizem que Lisboa e o país precisa de um novo aeroporto devem justificar se o actual tem ou não capacidade para aguentar um aumento previsto de movimentos. Se tem ou não tem, deve ser justificado. Se não tem, seria possível com obras de intervenção que passasse a ter? O mesmo para o TGV, o mesmo para muitas outras coisas e não falar-se do partido A ou do partido B como donos de uma verdade que não existe. Existem sim opções.

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