(Lisboa) Recentemente tenho lido muitas comparações que não fazem sentido entre os Açores e a Madeira. É bonito defender a nossa terra mas não é bonito ser fundamentalista em relação a isso. Todas as discussões a que tenho assistido são por causa de dinheiro e nada mais. O único termo de comparação é o dinheiro.
Escreve o Sr. Deputado Guilherme Silva hoje, no Diário de Notícias da Madeira, sobre o assunto, o seguinte:
Continua a discriminação, que o Eng. Sócrates e a maioria socialista vêm fazendo à Madeira, como decorre do Orçamento do Estado: · A título de custos de insularidade e Fundo de Coesão foram atribuídos - 224 milhões de euros aos Açores e apenas 164 milhões de euros à Madeira; · A título de IVA retiraram-se, em 2009, à Região, 22,5 milhões de euros e aumentou-se um valor aproximado para os Açores; · Quanto a obras públicas do Estado, nas Regiões, PIDDAC, foi atribuída aos Açores uma verba de 36,8 milhões de euros e à Madeira apenas 5,5 milhões (é a Região de todo o País, com menor dotação), pelo que ficaram por contemplar os Tribunais de S. Vicente e de Stª. Cruz e as Esquadras da PSP da Ponta do Sol, do Caniço e do Caniçal.
Acontece que entre Açores e Madeira as únicas coisas que são semelhantes são o facto de as duas regiões serem Regiões Autónomas de Portugal e terem uma população em número de pessoas aproximada. É só isso. E ser só isso mata as comparações que possam depois existir em termos de dinheiro. Se as regiões são diferentes é claro que devem ter um tratamento diferente e não há nada de mal em relação a isso a não ser o mal estar de receber menos. Faça o leitor o exercício de tirar as comparações com os Açores desses textos e verá que não há um só argumento positivo a justificar a quebra de valores atribuídos. Não há um único.
Era interessante saber em pormenor se existe algum argumento, para além das comparações com os Açores, para a Madeira receber menos ou mais em relação ao que está a receber. Era interessante saber se a Madeira estando mais desenvolvida que nas décadas passadas deveria continuar a receber os mesmos apoios. Era interessante saber e é isso que eu espero das pessoas que estão na Assembleia, que sejam capazes de passar alguma informação para as populações. Informação privilegiada que têm ou que possam vir a ter e não este tipo de argumentos de tasca após um jogo de futebol. É isso que eu espero de pessoas que ocupam cargos públicos.
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