(Lisboa) Viajar, há várias maneiras de viajar e nem todas passam por se sentar num banco de avião durante muitas ou poucas horas. Há maneiras de viajar que também não passam por percorrer muitos quilómetros dentro de um carro. Não passam por passar vários dias dentro de um navio de cruzeiros a conhecer várias cidades portuárias. Não passam por conhecer a sua cidade ou o seu bairro a pé prestando atenção em pormenores que normalmente lhe passam despercebidos. Há formas de viajar que não implicam movimento físico. Um amigo meu da Escola Secundária Francisco Franco, por altura do secundário, perguntou-me por que lia, parecia-lhe a ele tão chato. Depende, ler pode ser chato de facto, se leres coisas que não gostas. Como ele era obrigado a ler Virgílio Ferreira e ou Eça de Queiroz e não gostava, fazia de tudo para evitar o sofrimento que lhe provocava essa acção, então comprava os resumos que na altura se vendiam das obras literárias exigidas na escola. Como para mim não fazia sentido ler o resumo sem ter lido o original nunca dei o dinheiro dos meus pais para comprar as interpretações dos outros. A descrição do Ramalhete era um desmotivador para muita gente e não vou censurar ninguém por isso. O mais importante era passar o gosto pela leitura e sempre tive as minhas dúvidas se obrigar alguém a se limitar a um conjunto tão limitado de obras e tipos de escrita não teria o efeito contrário. Com a chegada da Internet outra possibilidade de viajar passou a existir, ouvir uma rádio local mesmo que estejamos fora do alcance das ondas de FM ou OM.
A fotografia de hoje é de um dos antigos A340 da TAP, de matrícula CS-TOB e nome D. João de Castro. Fotografei-o num dos seus últimos voos. Ele foi protagonista em pelo menos duas NOS Air Race. Da primeira vez que fui ao Brasil levou-me ou trouxe-me, já não me recordo.
Sem comentários:
Enviar um comentário