(Lisboa) As Voltas da Água é um documentário feito pela RTP-Madeira (autoria de Raimundo Quintal) no já longínquo ano de 1993. Nessa altura a Via Rápida ainda estava a ser construída e não deveria passar muito de São Martinho. Da descida que vai para os Socorridos, onde nesses tempos, à direita de quem vem do Funchal estava uma antena enorme, de reflector parabólico. A cota 200 estava pensada mas ainda também não construída. O Teleférico que liga o centro do Funchal ao Monte não existia. A TAP ainda aterrava os Boeing na pista de Santa Catarina. Nessa altura os aviões faziam muito mais barulho. O Aeroporto da Madeira ainda tinha a pista antiga, menos extensa, mais curta e perigosa. A estrada que o ligava à então única cidade da Madeira percorria as encostas todas demorando, para a percorrer, bastante mais tempo do que hoje se leva pela nova estrada. Não sei se já existia rede móvel na Ilha em 1993, talvez não, embora o serviço móvel tenha começado em 1992 em Portugal. A Optimus não existia nesta altura. O Banco Português do Atlântico, onde trabalhava o meu pai ainda não tinha sido engolido pelo pequeno (na altura) BCP. Os anos noventa do século XX foram os anos das obras, do dinheiro fácil que vinha da Europa. Era o máximo, a Madeira estava a mudar rapidamente e parecia que o ter era garantia de ser. O Senna era vivo e eu estudava nos Salesianos, muito chateado por estar numa escola masculina e de padres.
Voltando ao tema do documentário. A água é um recurso muito importante. Importante demais para ser privatizado nesta economia global onde basicamente o consumidor ganha pouco com isso (ou nada) e os pequenos são todos, mas mesmo todos, engolidos pelos maiores que ficam cada vez mais gordos. São 24 minutos de documentário. Desligue a televisão cheia de notícias deprimentes e relaxe com mais esta obra de Raimundo Quintal.
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