(São Paulo, Brasil) Provavelmente já ouviu falar da prisão do Carandiru. Há um filme sobre ela. Situava-se na região norte de São Paulo. Hoje, ainda existe lá uma penitenciária mas segundo ouvi, só para mulheres e bem mais pequena. No local do antigo Carandiru fizeram um parque, o Parque da Juventude. Na verdade o novo espaço é muito mais que um parque. É um sítio onde é possível fazer desporto, dar uma bela caminhada, existe uma faculdade e uma biblioteca. Ficou um espaço bem agradável.
Carandiru é o bairro mas antes de ser o bairro é o nome do curso de água que atravessa a região.
Há de tudo neste local. Grupos de cidadãos mais velhos que vêm fazer os seus exercícios. Há os grupos de amigos para uma futebolada, os casais de namorados, os grupos de estudantes que fazem faculdade, os que vão para a biblioteca e estão à porta aguardando a sua abertura. No meio da relva um tipo faz exercício com uma arma de fingir, provavelmente é estudante do exército, mais tarde um segundo menos hábil se junta. Depois há a gente esquisita que habita um pouco por toda a São Paulo. Esquisitos por preconceito meu mas também por influência de terceiros que me recomendam para manter a distância. Na verdade acredito que não devo ter medo se não tenho má intenção mas isto é teoria que não vale nada.
São Paulo é assim. Lisboa também é assim. O rico convive com o pobre ou muito pobre, por vezes no mesmo quarteirão. Dizem que assim não há guetos. Na verdade não é por estarem no mesmo quarteirão que os guetos deixam de existir. Os guetos existem porque é muito fácil descer para uma situação de pobreza mas é incrivelmente complexo subir os degraus da prosperidade e nem sempre, acredita-se, com trabalho isso se consiga.
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