sábado, abril 23, 2011

VIDA DE CÃO


(Lisboa) Mensagem encontrada numa das portas, numa rua lá perto da Praça das Flores, em Lisboa. São frequentes as histórias de vizinhos que não se suportam. Por aqui, onde vivo, há um cidadão que não paga condomínio porque não concorda com a atribuição dos lugares na garagem. Na mesma linha penso que posso deixar de pagar impostos porque não gosto deste Governo e estou à espera que saiam, apaguem a luz e fechem a porta. Nunca mais voltem é também o meu desejo. Esta é a imagem já antiga que tenho de Portugal. Um país onde cada um faz o que quer. Cada um, à sua maneira, preenche a sua vida com pequenas ilegalidades. Pequenas coisas só para tornar a sua vidinha um pouco mais fácil. São os estacionamentos em segunda fila, em cima do passeio, os espertos na faixa de BUS, as cunhas para os amigos passarem à frente, as burocracias enormes de cada vez que um de nós tem de contar com os serviços do Estado. Enfim, a merda do costume. Por isso acho que a entrada do FMI é um mal menor. Incapazes de tratar do nosso presente e futuro os lusos continuam reféns de receitas vindas de fora. Não acho mal. Se for para inverter um percurso suicida venha quem vier.

Já agora, eleitoralista é manter tolerâncias de ponto numa época destas.

1 comentário:

PENA BRANCA disse...

Ricardo, boa tarde !
Agradeço sua visita em meu blog. Tomei a liberdade de segui-lo.
Observo suas colocações e penso o quanto nós, que distamos de outras culturas, sequer imaginamos o que nossos irmãos passam nos entraves políticos, econômicos e sociais: estou admirado e agradeço aos seus informes.
Pena Branca