quarta-feira, setembro 29, 2010

OLÉ

(Madrid) De novo aqui nesta terra. Desde a última vez que cá estive muita coisa aconteceu. A Espanha sagrou-se campeã do mundo de futebol. Quem diria? O Alonso já ganhou umas corridinhas. O desemprego cresceu mais um pouquinho.
Estar aqui é mais agradável do que estar na Alemanha. Os Alemães são todos uns chatos. Estão sempre com aquelas conversas de alemães que por serem o que são, são pontuais e isto e aquilo, e muito rigorosos e blá blá blá. Que gente aborrecida! Só tinha vontade de me levantar e ir embora. Para esses louros do Norte da Europa não passamos de uns bárbaros. Uns selvagens sem salvação. E esta postura desta gente de pele descolorada que cheira a lixívia mexe-me com os nervos. O fato de ser português não me faz usar as bermas como se fosse uma faixa de rodagem. Por ser português não sou necessariamente corrupto. Não gosto de parar o carro em segunda fila. Não estaciono em cima do passeio. Não sou do Benfica. Nunca votei em Alberto João, nem em Isaltinos, nem em Valentins. Não tenho barriga de cerveja nem uso bigode. Não sou nenhuma dessas coisas mas não sou menos português por isso. Não vale a pena tentar explicar isso a um alemão. É tempo perdido.
Deixem-me falar da Espanha antes de terminar. Amanhã (hoje) é greve geral. O país vai parar por completo. Segundo a imprensa não acontecia uma coisa assim desde 2002. Eu acho bem que pare. Não só a Espanha mas o mundo todo deveria parar. O mundo está a ficar chato. Está a ficar mais alemão do que nunca. Tudo tem de ser perfeito, eficiente e politicamente correto. Não há paciência.

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