quarta-feira, junho 10, 2009

MATEMÁTICA BÁSICA ELEITORAL

(Lisboa) Se somássemos todos os votos, nestas últimas eleições europeias, em partidos que não o PSD, na Madeira, chegaríamos ao número de 44201. O PSD, na Madeira, teve 54909. Mesmo juntando os votos nulos e brancos não daria para tirar a maioria do PSD. Não seria muito dramático se não fosse o facto do PSD estar no poder na Madeira à mais de trinta anos. Os exemplos que encontramos no mundo de poderes tão longos no tempo não são bons exemplos, mas é o que temos.

Eu já venho propondo há muito uma solução: fechar-se os partidos da oposição. Todos. Um a um. Depois ficaria um partido na Madeira a mandar e a diferença não seria muita. Arrisco-me mesmo a dizer que não se notaria, já que, na prática, a malta laranja faz o que quer mesmo que isso signifique passar por cima da dignidade democrática como se viu em 2008 com o episódio do deputado do PND e da bandeira nazi.

Nestas contas não estou a contar com os mais de 155000 que não foram votar. Pessoas que decidiram não ir votar pelas mais variadas razões entre as quais estar longe da sua terra como aconteceu comigo muitas vezes. Pessoas que obviamente não contam e não podem ser contadas, já que, pelas mesmas razões que não votaram dia 7 de Junho, podem não votar da próxima vez.

Eu sei que há muita gente assalariada do poder na Madeira e que encontrou o seu lugar ao sol no partido e no poder e não está interessada em fazer mudar as coisas. Pessoas que nunca foram a uma entrevista de emprego, nunca mandaram um CV a ninguém, nunca levaram com a frustração de serem rejeitados numa candidatura a um emprego porque nasceram protegidos ou conseguiram conquistar essa protecção. Para esses a justificação é e será sempre a mesma: o povo decidiu democraticamente. E assim foi. Mais uma eleição vitoriosa para juntar à lista de vitórias do PSD-M.

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