(Lisboa) Saem notícias escandalosas de políticos no poder e as sondagens parecem não ser afectadas. Acontece em Itália, mas também acontece por cá. Mas não sou só eu, nem o leitor que decidem quem vai ser eleito, sozinhos. Existe uma massa enorme de gente com direito de voto. Ainda bem que existe. Alguém disse há tempos que era melhor uma democracia rasca que uma ditadura culta. Concordo em 100%. A mim não me custa ver o ignorante votar. A mim não me custa ver o analfabeto a votar. Custa-me ver os politiquinhos do costume, a dizer as balelas do costume sem serem postos à prova nem terem de prestar contas. Isso custa.
Não é só na Madeira que acontecem estas prepotências de quem está no poder. Acontece em Itália, por exemplo. Acontece em muitas outras zonas do mundo. Ainda assim a Madeira tem o mesmo poder há mais de trinta anos e não parece minimamente beliscado. Se Alberto João continuasse no poder por mais trinta dá a ideia que continuaria a ganhar. Dá a ideia, pelo menos. Estão as pessoas satisfeitas ou têm medo de mudar? A satisfação é incompatível com a condição humana, pelo menos por muito tempo logo, é a segunda hipótese não é?
Muitas pessoas que eu conheço não se interessam minimamente por quem está no poder e dizem até que é tudo igual: os que estão na oposição e no governo. Não se interessam, não se implicam, não votam, ou votam de ânimo leve.
Mesmo assim, com direito de voto, há uma massa enorme de pessoas que simplesmente não vão votar por que não querem. Estão no seu direito porque o voto não é obrigatório em Portugal. Não votam mas falam, reclamam, dizem que está mal e têm até a receita para tudo, para todos os males do mundo.
Está na altura de deixarem de encontrar desculpas nos que estão no poder por que esses não vão fazer nada por nós. Temos de ser nós a fazer e a conseguir o que queremos. Os partidos só estão empenhados em aumentar as suas receitas, mais nada. Já reparam no crescimento dos orçamentos dos partidos para as campanhas? Campanhas que incluem os cartazes de origem besta que são colocados por aí. Já viram o cartaz, por exemplo, do Nuno Melo? Alguém vai votar no CDS por causa daquele pedaço de papel com aquelas mensagens ridículas? O cartaz do Nuno Melo é apenas um exemplo por que os cartazes são, em geral, vazios de ideias.
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