(Lisboa) Fazer oposição na Madeira, penso já o ter escrito neste sítio, é um grande fardo. É como ir para a guerra, mas da pior maneira, sem equipamentos, sem mapas, nas piores condições meteorológicas. Não é de surpreender, portanto, que ninguém pegue na obra ou que os escolhidos não queiram ficar muito tempo.
Ao contrário do PSD-M que não tem mais do que um candidato à liderança e este é sempre eleito por unanimidade, estar à frente do PS-M é estar na linha da frente dos insultos e das faltas de educação e de ética política. É preciso estofo para aguentar e nem toda a gente o tem. Por isso o meu respeito pelas pessoas que fazem oposição na Madeira.
No PS, os líderes são sempre líderes a prazo, no pior dos sentidos. Não há um crescimento sustentado e nas últimas eleições a oposição foi mesmo dizimada tal o resultado espectacular do PSD-M que se auto-alimenta de eleição para eleição.
Sem oposição e com esta máquina laranja profissional, estão então criadas as condições para que a Madeira seja mais uma espécie de Venezuela da vida, onde serão encontradas soluções legais e em cima da hora para que as pessoas se eternizem no poder já que o Arquipélago não é muito apelativo em muitas outras áreas e os cargos públicos acabam por ser uma boa mamata.
Acredito que as alternativas surgirão no interior do próprio PSD-M quando acabar a fase Jardim. Nessa altura, adivinham-se grandes manobras de bastidores, com lutas muito violentas para ficar com o poder. Dessas lutas sairá mais cedo ou mais tarde um vencedor cuja força será impossível de se igualar com aquela conseguida por Alberto João Jardim e também ele será um líder a prazo, um líder de transição. Talvez sejam esses acontecimentos propícios para um crescimento da oposição na Madeira e do surgimento de uma alternativa.
Não estou a ver a luz ao fundo do túnel ainda.
Sem comentários:
Enviar um comentário