(Lisboa) Sempre que passo nesta rua lembro-me, até por que o nariz acusa, da Fabolacha, a Fábrica de Bolachas Saborável. Já foram muitos os bolos comidos na pequena loja da fábrica. É uma das ruas mais populares da cidade e merece até entrada no Elucidário Madeirense. Esta fotografia foi tirada num Domingo, altura da semana em que a cidade está sem gente. A gente está noutros sítios.
A gente mais antiga queixa-se que a cidade não era assim tão deserta. Como não sou assim tão antigo não vos posso dizer se era ou não mas imagino ruas bem mais alegres se pessoas as usarem. No fundo e fico um pouco com inveja por que aqui em Lisboa as distâncias são outras muitos funchalenses não curtem a sua cidade. Têm uma cidade muito bonita e não a curtem.
Chateia-me a solidão não intencional. Chateia-me profundamente as reportagens dos idosos que vivem sozinhos, abandonados em lares ou mesmo nas suas próprias casas. As cidades estão cheias de gente sozinha. Os campos também. Gente de todas as idades que deixa o tempo passar sem o bem passar. Angustiados. É a solidão que menos dá prazer em ter, a solidão forçada. Gosto de estar sozinho já ouvi eu uma vez, mas só quando tenho a opção de não o estar. As ruas só deveriam estar desertas nas noites, quando a população dorme. Só aí é que uma rua deveria estar deserta, sem barulho de fala, sem buzinas de carros.
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