DUBLIN

(Dublin) Depois de duas semanas de céu normalmente descoberto e sol abundante eis que voltamos ao tempo nublado. Nas ruas os bêbados acumulam-se nas esquinas e as mulheres, na maioria jovens, vestem saias que parecem cintos.

Por volta da meia noite o movimento é intenso de carros cheios de bêbados tentando provocar a atenção de quem é pedestre. Que espectáculo decadente. O Burger King vazio às nove da noite, agora cheio. As pessoas aqui não têm muito o hábito de fazer comida em casa. Compram as refeições já feitas e temperadas. Não consigo imaginar muita saúde e muitos bons resultados futuros com esta vida de bebida e comidas rápidas.

Por aqui ainda se sente mais aquela tendência ou moda que sempre acompanha algumas pessoas: quem mais bebe é mais integrado no grupo. Bebem para se fazerem de adultos e conseguirem dizer e fazer o que não conseguiam sóbrios. Bebem para esconder o quão deprimidos e fartos da sua vida aborrecida e sem sal. Quando acaba o efeito logo voltam a se sentir vazios e voltam a beber ainda mais e mais.

Nunca consegui explicar a essa gente que existem outras maneiras bem mais agradáveis de passar o tempo, para mim pelo menos. Estar sentado a olhar a paisagem, estar com uma boa companhia, passear sem rumo por exemplo. Muitos deles não conseguem nem estar sozinhos. Ficam desesperados, acham que é o fim do mundo.