quarta-feira, novembro 02, 2005

É BOM ESTAR EM BAIXO

Ilha da Madeira, Portugal


O bom de estar em baixo, bem em baixo, no fundo, é que já não podemos descer mais, agora é só a subir. Ainda que tudo nos pareça mal, ainda que tudo aparente conspirar contra nós, sentimentos bem portugueses, esses são apenas dias num ano. E num ano há dias de frio e dias de calor, há dias de chuva e dias de sol, há dias de tempo encoberto mas sem chuva e há dias curtos e dias longos.

O país deprimido em que vivemos e por vezes deprimente, é a nossa casa e é nosso dever cuidar da nossa casa e não o vizinho do lado. É surpreendente a capacidade que temos de nos distrair com o futebol e com a vida das celebridades enquanto tentamos esquecer a injustiça em que aparentemente estamos. Mas é nesse processo de entretenimento que voltamos a nos perder, esquecemos a vida própria e que merecemos nos dar mais uma oportunidade. Alguns de nós fazem isso todos os dias. Todos os dias gastamos algo mais valioso do que o dinheiro: o tempo. Ao contrário do dinheiro o tempo é finito. Um dia tem vinte e quatro horas. Não podemos arranjar mais horas para o dia de hoje.

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