quinta-feira, setembro 01, 2005

MOVIMENTO 560



Dia primeiro de cada mês é sempre um dia que inspira renovação. Para alguns é mais um mês que começa com os velhos hábitos do costume mas agrada-me pensar que no fim deste mês estaremos sempre melhor que no fim do mês passado.

Parece-me estúpido apoiar a incompetência nacional mas este movimento não faz isso, como cheguei a pensar no início quando cruzei-me com ele algures na web. Ele estimula o consumo ao que é nacional e dá a hipótese de cada um apoiar a indústria portuguesa. Mesmo sabendo que o produto do lado é mais barato és nos proposto pensar a nível mais elevado. Compreendemos que se compramos o produto não português o nosso dinheiro sai do país ao contrário do que acontece se comprarmos o que diz made in Portugal. Se optarmos pela última hípótese estamos a escoar o produto e a impulsionar a empresa a fazer mais e melhor surgindo mais oportunidades de emprego. É claro que tudo isto não se resolve de um dia para o outro e levará tempo até Portugal ter uma economia forte e competitiva mas é certo também que isso depende de cada um de nós. Se cada um de nós passar a gostar um pouco mais do sítio onde vive, da sua rua, do seu bairro, da sua cidade, da sua região, a nossa vida colectiva melhora, mas se continuarmos a ser um país de compadrios, bárbaros, assaltantes, corruptos, politiquinhos popularuchos, amantes da bola e mais nada então temos o que merecemos.

Pode levar uma geração, duas ou mais mas o caminho para o desenvolvimento pode ser traçado por nós.

Embora nunca tenha ido a Espanha verifiquei que a minha imagem de Espanha mudou nos últimos quinze anos. Deu para sentir a mudança do outro lado da fronteira. É mais ou menos como ouvir a música do vizinho na nossa casa. Todos sentimos que em Espanha já se toca outra música. Os nossos irmãos do lado de lá da fronteira cresceram e desenvolveram-se. E nós por cá?

O vento da crise é igual para todos. Todos apanhamos com ele. Alguns escolhem deixar-se levar e rezar esperando chegar assim a um porto de abrigo. Por sorte até se consegue algumas coisas assim mas se quisermos apostar no nosso futuro e esperar mais do que um acaso nas nossas vidas temos de aprender a manejar as velas do nosso barco. Para quê? Para podermos escolher para onde queremos ir, para podermos nos delocar não só para onde o vento vai mas para qualquer lado. Para isso é preciso aprender e aprender não se esgota numa escola ou numa faculdade. O saber não é monopólio das escolas e das faculdades. O saber é de todos nós e ainda que alguns, no topo da sua sabedoria académica mas também no topo da sua ignorância prática nos apontem os erros como coisas más convém perceber que é com esses erros que se aprende e se cresce. Quem nunca errou nunca ganhou também nada. Há dias alguém dizia que preferia a dor de ter perdido e de estar debaixo da ponte sem nada, com os filhos a chamarem-no de falhado à dor de nunca ter tentado. Eu também prefiro essa dor.

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