sábado, março 14, 2020

AIRBUS A340

AIRBUS A340 - CS-TOB - TAP AIR PORTUGAL - LPPT - AEROPORTO HUMBERTO DELGADO - AEROPORTO DE LISBOA

(Lisboa) O ano ainda vai no início e já temos a palavra que o vai marcar. A palavra do ano será covid19, a doença, ou então menos provável por ser mais difícil de memorizar, SARS-CoV-2, o vírus. Um vírus que fez o mundo parar. O Mundo parou e não se sabe ainda por quanto tempo.  Há um ano atrás, a 25 de março de 2019, tirei esta fotografia no Aeroporto de Lisboa de um aparelho que também parou, o A340 de matrícula CS-TOB que a TAP batizou de D. João de Castro. Eram 4 os A340 que a TAP Air Portugal tinha ao seu serviço: o CS-TOA, CS-TOB, CS-TOC e CS-TOD. Todos eles foram aposentados e substituídos por aviões mais modernos e eficientes, os A330 neo. Foi num destes, este ou o CS-TOD, a minha primeira viagem ao Brasil. A primeira viagem de longo curso a atravessar o Oceano Atlântico. O voo estava previsto partir bem cedo de Lisboa, às 9h30m e estava previsto chegar às 17h45m. Partiu em pleno inverno europeu e chegou no verão brasileiro ao Aeroporto de Guarulhos. Era estranho ver as celebrações de natal com aquele calor todo, não tão estranho talvez também porque o natal onde eu nasci e cresci, no Funchal, não é muito frio. Na altura não havia entretenimento individual nestes aviões, havia uma televisão, daquelas antigas, CRT, com aquele ar bem pesado, colocada em cima de assentos. Lembro-me de pensar que não gostaria de ir debaixo da televisão, de cada vez que o avião abanava a televisão abanava também um pouco, parecia que ia partir-se toda. O voo foi tranquilo mas como não estava habituado a voos longos, um pouco aborrecido. Depois com a preparação para a aterragem que começa, grosso modo de meia hora a uma hora antes animei. Ia descer num país novo para mim. Ainda na escada rolante e ouvia alguém a gritar brasileiros por aqui. Era o controle de passaporte. Depois do calor marcaram-me os orelhões espalhados por todo o lado vestidos de amarelo e os muitos cabos aéreos nas ruas que se encontravam todos em postes de madeira. Não sei como fazem manutenção a estas instalações eléctricas. Em algumas ruas vi cabos partidos que chegavam ao alcance de quem estivesse no passeio. São Paulo onde aterrei em Guarulhos tem muito mais que isso, tem a grande Avenida Paulista com os seus prédios altos. Eu sei que há cidades com muitos mais prédios altos que São Paulo mas era uma novidade para mim. Nunca tinha estado numa cidade tão grande, com tantas pessoas. As feiras que cada bairro organiza com os seus pasteis e caldo de cana. Também o sentimento de insegurança é uma realidade que condicionava a minha vontade de explorar. O segundo ponto a explorar, Rio de Janeiro. Uma viagem noturna de autocarro e uma paragem na entrada do Estado com direito a revista pela polícia e direito a ser apontado por uma arma de fogo com lanterna na minha cara. A cidade do Rio é muito mais bonita ao vivo, tem um cenário que nunca mais vou esquecer. Voltaria anos mais tarde ao Rio em trabalho para fazer os mesmos passeios mas nunca visitei a Igreja da Penha, fica para uma próxima. Verdade é que ficou muita coisa por ver e nas viagens posteriores também. Ficam sempre coisas por ver, caminhadas por fazer, pessoas por conhecer.

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